domingo, 26 de abril de 2020

Povos indígenas

O que você conhece sobre arte e cultura dos povos indígenas?





Poligrafia: Índio Apiacá, Hercule Florence (1841)

Resultados ethnographicos e archeologicos da Exploração do Rio Madeira : empreendida por ordem do Governo Imperial pelos engenheiros José e Francº Keller - Keller, Franz, 1835-1890

Índio em Estúdio, Marc Ferrez (1882)
Depois de assistir o vídeo e observar as imagens, responda:

* O que vê nas imagens?
* O que mais chama atenção?
* Que elementos se destacam?
* O que parece estar acontecendo?
* Como são as cores, formas e texturas?

O índio brasileiro do século XIX

Os índios brasileiros foram retratados por diversos fotógrafos do século XIX, como observado nas imagens acima.
Segundo Fernando Tacca, as fotografias dos índios brasileiros no século XIX :
‘…demonstram inicialmente uma presença exótica dos nativos nos trópicos, muito similar a muitas outras produções, a uma necessidade de alimentar o gabinete de curiosidades do mundo europeu sobre povos distantes e “primitivos”. Enjaulados em exposições presenciais, foram domesticados pela fotografia de estúdio, na qual o fotógrafo foi o articulador cênico de uma representação deslocada da cultura nativa’.
Também no século XIX, foi produzida por viajantes e expedicionários uma iconografia que revelou à sociedade ocidental um mundo de outras raças. Alguns desses viajantes tinham formação em ciências humanas e naturais e se preocupavam em utilizar a imagem fotográfica das etnias tradicionais dentro do âmbito científico, indo além da simples fetichização do exótico. Segundo Tacca, os fotógrafos do século XIX … transitam entre o exótico distante e uma primeira tentativa de presença etnográfica como informação…
Agora observe as imagens a seguir:




Yanomami , 1974 , Claudia Andujar

* E sobre estas imagens, o que percebeu de diferente em relação às anteriores?
* O que vê nas imagens?
* O que mais chama atenção?
* Que elementos se destacam?
* O que parece estar acontecendo?
* Como são as cores, formas e texturas?

As fotógrafas das imagens acima, são ambas estrangeiras radicadas no Brasil. A inglesa Maureen Bisilliat (1931-) construiu uma obra em que investiga principalmente a cultura dos sertanejos e os povos indígenas brasileiros, com um olhar que se baseia nos estudos da Antropologia e da Literatura. A suíça Claudia Andujar (1931-) dedicou sua carreira aos povos indígenas, especialmente os Yanomami, tendo participado ativamente de inúmeras causas sociais ligadas aos seus direitos e à sua proteção, como a luta por demarcação de terras. O trabalho feito por elas não parte de um olhar curioso e distante, como o do europeu do século XIX, mas de uma relação de proximidade, convivência e entendimento da realidade social e cultural desses povos.

Depois deste olhar estrangeiro para o indígena brasileiro, vamos observar o ponto de vista de um indígena:

 “Conhecimento e dignidade”, 2012, acrílica sobre tela, 120 x 230 cm
“Pata Ewa’n – O coração do mundo”, 2016, acrílica sobre tela, 230 x 250 cm
“A jornada dos não-humanos”, 2012, acrílica sobre tela, 40 x 40 cm

“Zoomorfo”, 2016, fitas, marcadores, tinta acrílica, casca e galhos de árvores, 110 x 120 cm
“Wazak’a”, 2011, acrílica sobre tela, 60 x 60 cm

 “Maldita e desejada”, 2013, acrílica sobre tela, 400 x 400 cm
* O que você achou das obras do indígena Jaider Esbell?
* O que vê nas imagens?
* O que mais chama atenção?
* Que elementos se destacam?
* O que parece estar acontecendo?
* Como são as cores, formas e texturas? 

Jaider da Silva Esbell nasce no dia 27 de março de 1979, no município de Normandia, estado de Roraima. Vive até aos 18 anos na área em que hoje compreende a Terra Indígena Raposa Serra do Sol no extremo norte brasileiro. Índio da etnia Macuxi, tem suas primeiras experiências com as artes plásticas ainda na infância, mesmo priorizando a educação formal. Ainda na adolescência tem contato com os movimentos sociais e participa de lutas e resistências dos povos indígenas na região, quando então muda-se para a capital do estado de Roraima no ano de 1998.
Jaider Esbell nasce e cresce em ambiente fértil para as artes e mostra-se habilidoso também com a escrita. A afinidade com a literatura vem de berço, pois, sendo neto de índio, ouviu muitas estórias contatas por seu avô, que transmitia os saberes ancestrais por meio da oralidade. Jaider Esbell que foi educado em casa, por sua mãe, a quem atribui, em muito, sua habilidade com a escrito. Em 2010, recebe uma bolsa de estímulo à produção literária (FUNARTE/MinC), que possibilita a edição do seu primeiro livro, publicado em 2012, “Terreiro de Makunaima – Mitos, Lendas e Estórias em Vivências”. A publicação do livro representa a consolidação do trabalho de arte-educação que Esbell vem desenvolvendo autonomamente em escolas indígenas e não indígenas.
Em 2011, inicia as atividades profissionais com artes plásticas de maneira autodidata, quando realiza, em Normandia, sua terra natal, a primeira exposição integrada e profissional chamada “Cabocagem – O Homem na Paisagem”. Dessa forma, o artista passa do anonimato à vanguarda das artes e literatura indígena no estado, e suas expressões se ramificam em outras mídias, como poesia, fotografia e vídeo. Hoje, suas atividades extrapolam o fazer artístico e o colocam em condições de produtor cultural, poeta, escritor, arte educador e palestrante.

                        http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/1785
                        http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/3622
                        http://brasilianafotografica.bn.br/?tag=hercule-florence
                        https://revistausina.com/fotografia/maureen-bisilliat-e-o-xingu/
                        http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v18n1/12.pdf
                        https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa18847/claudia-andujar
                        https://www.premiopipa.com/pag/jaider-esbell/

HABILIDADES:
(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social,
cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.
(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística,
problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte,
artesanato, folclore, design etc).
(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas
diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias,
de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às
diferentes linguagens artísticas.
(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar,
apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo

reflexivo, ético e responsável.

Um comentário:

Obrigada pelo comentário, responderei assim que possivel.