segunda-feira, 6 de julho de 2020

Música corporal

Apresentação do grupo britânico Stomp em Budapeste, Hungria, 2010.
Grupo Kekeça, Turquia, 2013.
Espetáculo Indivíduo corpo coletivo, do grupo Barbatuques. São Paulo (SP), 2013.
Observe as imagens abaixo e responda:

1 - O que as pessoas das imagens parecem estar fazendo?
2 - Como as pessoas das imagens usam o corpo?
3 - Que tipos de sons você imagina que elas estão criando?
4 - O que essas pessoas estão fazendo parece música?
5 - Você já viu ou ouviu obras artísticas desse tipo?
6 - Você participa de atividades em que utiliza seu corpo? Quais?
7 - Qual é a importância do seu corpo para que essas atividades sejam realizadas?

Percutindo o corpo

As imagens anteriores mostram diferentes grupos artísticos que praticam música corporal.

8 - Você já ouviu esse termo? Sabe o que significa?

Ensaio do grupo Fritos, em São Paulo (SP).


Pesquise por alguns sons produzidos pelo corpo:
  • Palmas de vários tipos, com diferentes tipos de golpes com as mãos e os dedos.
  • Sons com a boca, como golpes de língua, estalos ou sons variados como o de letras mudas, por exemplo: "s", "p", "k", etc. A voz pode ser usada para imitação de instrumentos e batidas.
  • Uso de outras partes do corpo para produzir sons, como sapateados, batidas no peito, na barriga ou nas coxas, etc.

É comum os grupos que fazem esse tipo de música utilizarem algumas dessas possibilidades, se não todas. O conceito de música corporal foi criado para ampliar a ideia de percussão corporal, incluindo elementos de dança e o uso da voz, como imitação de instrumento ou pequenas linhas de canto, mas mantendo o foco sobre o uso do corpo com o objetivo de criar música.

Observe as imagens a seguir e responda:

9 - Esses artistas estão usando elementos de música corporal? Explique.

Espetáculo Indivíduo corpo coletivo, do grupo Barbatuques. São Paulo (SP), 2013.
Espetáculo Indivíduo corpo coletivo, do grupo Barbatuques. Ourinhos (SP), 2011.
O grupo brasileiro Barbatuques se destaca pelo trabalho com música corporal. Foi criado em 1995 pelo músico Fernando Barba, em São Paulo. Desde jovem, ele se interessou pelas possibilidades de produção sonora do corpo. Aos poucos, foi preparando e oferecendo cursos e criou grupos de estudo de percussão corporal que deram origem ao Barbatuques. Atualmente, ele continua como diretor artístico, mas não toca mais com o grupo.
Barbatuques ainda participou do lançamento da Copa do Mundo em uma cerimônia de 2010 e no encerramento das Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. Participa também em projetos conjunto com outros artistas de outras linguagens como no filme Rio 2, dirigida o pelo brasileiro Carlos Saldanha, e O menino e o mundo, do também brasileiro, Alê Abreu, que concorreu ao Oscar em 2016.
Escute uma das músicas do grupo Barbatuques, Andando pela África:


Agora, observe as imagens a seguir:

Grupo britânico Stomp.

Grupo britânico Stomp.

Apresentação do grupo britânico Stomp em Budapeste, Hungria, 2010.
As imagens acima são do grupo britânico Stomp. O grupo existe desde os anos 1990 e faz música utilizando objetos como instrumentos e também utiliza música corporal. O elenco do grupo muitas vezes inclui estrangeiros e já teve brasileiros atuando no grupo, como Pedro Consorte e Marivaldo dos Santos.
O grupo mantém vários times, alguns estáveis, apresentando espetáculos na Inglaterra e nos Estados Unidos, e outros para turnês ao redor do mundo. Os shows na Inglaterra e nos Estados Unidos são aclamados pelo público e pela crítica e estão em cartaz há muitos anos.
O Stomp mantém uma relação muito próxima com a dança, já que inclui peças com coreografias muito trabalhadas pensando a parte cênica e musical em conjunto. Além do uso de música corporal, como palmas e sapateados, o grupo utiliza objetos de uso cotidiano, às vezes chamados cotidiafones, para tocar suas músicas: vassouras, cestos de lixo, molhos de chaves, jornais - qualquer objeto pode virar instrumento.
O grupo Barbatuques também pensa na parte cênica de suas apresentações, mas seu trabalho é mais focado na experimentação sonora com o corpo, o que permite descobertas de novas maneiras de criar música.

Agora assista ao vídeo de uma dança tradicional sul-africana e perceba as semelhanças com a música corporal, a qual acabamos de estudar:

Dança Gumboot

Durante o período do apartheid da história da África do Sul, quando as leis de segregação racial foram instituídas apenas para manter os brancos no poder, os trabalhadores das minas negras foram forçados a trabalhar em condições perigosas. Além de muitas minas proibindo seus funcionários de falarem uns com os outros, os donos de minas brancas consideraram o custo ineficiente lidar com os problemas de inundação das minas. Em vez disso, eles davam aos seus trabalhadores gumboots (botas de borracha) para evitar problemas de saúde que os impedissem de trabalhar.
Não ser capaz de falar era um impedimento para o trabalho, e os funcionários rapidamente criaram um sistema de estilo de código Morse para se comunicar, batendo as botas com as mãos para enviar mensagens. Parecia ter sido cativante porque os trabalhadores acabaram desenvolvendo esse sistema de colocar suas botas em um estilo de dança.
Os mineiros vieram de diversas partes da África para trabalhar, então uma variedade de culturas se somaram à criação da dança gumboot. Trajes tribais foram proibidos durante aquele período sombrio na história da África do Sul, mas os movimentos das danças tradicionais foram incorporados em um estilo que floresceu em um novo tipo de dança.
Dançar não estava sob as regras que os operadores da mina controlavam. Como resultado, as músicas também foram incorporadas ao estilo, à medida que se desenvolviam em toda a dança corporal que é hoje.


HABILIDADES:
(EF06AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos, grupos e coletivos que contribuíram para o desenvolvimento de diferentes gêneros da música tradicional e da música folclórica local, paulista e brasileira.
(EF06AR21) Explorar e analisar paisagem sonora, sons corporais e instrumentos musicais não convencionais e outros materiais sonoros em práticas de composição/ criação, execução e apreciação musical, reconhecendo timbres e características dessas fontes e materiais sonoros.
(EF06AR22) Explorar e identificar diferentes formas de registro musical (notação musical tradicional, partituras criativas e procedimentos da música contemporânea), bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual.
(EF06AR23) Explorar e criar improvisações e composições, utilizando vozes, sons corporais, instrumentos não convencionais e/ou outros materiais sonoros, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.
(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africa - nas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

FONTES:
BOZZANO, Hugo Luis Barbosa. Janelas da Arte: 8º ano / Hugo Luis Barbosa Bozzano, Perla Frenda, Tatiane Gusmao. – 2. Ed. – Barueri [SP]: IBEP, 2018.


3 comentários:

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